Marina Silva diz não ver contradição na entrada do Brasil na Opep+; Haddad desconversa

Ministros participam da conferência do clima COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse nesta sexta-feira não ver contradição na entrada do Brasil na Opep+, grupo de nações observadoras da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), desde que seja para levar à entidade o debate da economia verde. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse desconhecer os termos do convite. Questionado sobre o que achava do convite, ele se esquivou e disse que a indústria petrolífera deveria ser a primeira em investir em descarbonização, por ser "uma das grandes responsáveis pelos problemas que estamos enfrentando" em relação às mudanças climáticas. O convite feito pela Opep para o ingresso do Brasil foi anunciado ontem pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em meio à conferência do clima COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes. "Se for para levar o debate da economia verde, da necessidade de descarbonizar o planeta, não [vejo contradição]", disse Marina em entrevista coletiva em Dubai. "É exatamente para levar o debate que precisa ser enfrentado no âmbito daqueles espaços que são os grandes produtores de combustível fóssil, que é o grande responsável pelo aquecimento do planeta". Para ela, o Brasil pode, mesmo na Opep+, "ter uma matriz energética 100% limpa e ajudar o mundo a fazer sua transição" ecológica. "Primeiro lugar, o Brasil não vai participar da Opep. Vai participar como observador, inclusive para usufruir daquilo que são os debates e os aportes tecnológicos", disse. "O Brasil pode ter uma matriz energética 100% limpa e ajudar o mundo a que também faça sua transição energética com hidrogênio verde. Obviamente que os países que são produtores de petróleo terão que entender exatamente isso que o ministro acaba de dizer." Segundo ela, não há posições antagônicas dentro do governo porque "quem dá a última palavra é o presidente" Luiz Inácio Lula da Silva. Ela lembrou que Lula encaminhou a exploração de petróleo na margem equatorial, criticada por ecologistas, para estudos. Disse que o governo "não é negacionista" e que "o Brasil está na COP para reafirmar seu compromisso com a descarbonização". Haddad afirmou que "não conhece os termos do convite e penso que o Brasil terá até junho para responder". "Eu acredito que a indústria do petróleo é a primeira que tem que investir na descarbonização. Se possível, ampliar muito os investimentos em pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias para ecológica. Ela é uma das grandes responsáveis pelos problemas que a gente está enfrentando." Segundo ele, a Petrobras "está dando um bom exemplo para o mundo" nesse sentido. "Já passou de 10% no investimento da Petrobras em energia limpa", disse. "Nós temos que deixar de consumir petróleo não porque ele vai acabar, mas porque a gente tem outras fontes para usar. Porque, se nós não tivermos usar outras fontes, nós vamos continuar usando aquilo que está matando o planeta." Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico. Initial plugin text Mais Lidas Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva Will Shutter / Câmara dos Deputados

Marina Silva diz não ver contradição na entrada do Brasil na Opep+; Haddad desconversa

Ministros participam da conferência do clima COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse nesta sexta-feira não ver contradição na entrada do Brasil na Opep+, grupo de nações observadoras da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), desde que seja para levar à entidade o debate da economia verde. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse desconhecer os termos do convite. Questionado sobre o que achava do convite, ele se esquivou e disse que a indústria petrolífera deveria ser a primeira em investir em descarbonização, por ser "uma das grandes responsáveis pelos problemas que estamos enfrentando" em relação às mudanças climáticas. O convite feito pela Opep para o ingresso do Brasil foi anunciado ontem pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em meio à conferência do clima COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes. "Se for para levar o debate da economia verde, da necessidade de descarbonizar o planeta, não [vejo contradição]", disse Marina em entrevista coletiva em Dubai. "É exatamente para levar o debate que precisa ser enfrentado no âmbito daqueles espaços que são os grandes produtores de combustível fóssil, que é o grande responsável pelo aquecimento do planeta". Para ela, o Brasil pode, mesmo na Opep+, "ter uma matriz energética 100% limpa e ajudar o mundo a fazer sua transição" ecológica. "Primeiro lugar, o Brasil não vai participar da Opep. Vai participar como observador, inclusive para usufruir daquilo que são os debates e os aportes tecnológicos", disse. "O Brasil pode ter uma matriz energética 100% limpa e ajudar o mundo a que também faça sua transição energética com hidrogênio verde. Obviamente que os países que são produtores de petróleo terão que entender exatamente isso que o ministro acaba de dizer." Segundo ela, não há posições antagônicas dentro do governo porque "quem dá a última palavra é o presidente" Luiz Inácio Lula da Silva. Ela lembrou que Lula encaminhou a exploração de petróleo na margem equatorial, criticada por ecologistas, para estudos. Disse que o governo "não é negacionista" e que "o Brasil está na COP para reafirmar seu compromisso com a descarbonização". Haddad afirmou que "não conhece os termos do convite e penso que o Brasil terá até junho para responder". "Eu acredito que a indústria do petróleo é a primeira que tem que investir na descarbonização. Se possível, ampliar muito os investimentos em pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias para ecológica. Ela é uma das grandes responsáveis pelos problemas que a gente está enfrentando." Segundo ele, a Petrobras "está dando um bom exemplo para o mundo" nesse sentido. "Já passou de 10% no investimento da Petrobras em energia limpa", disse. "Nós temos que deixar de consumir petróleo não porque ele vai acabar, mas porque a gente tem outras fontes para usar. Porque, se nós não tivermos usar outras fontes, nós vamos continuar usando aquilo que está matando o planeta." Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico. Initial plugin text Mais Lidas Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva Will Shutter / Câmara dos Deputados