Delegação de grandes empresários brasileiros estará na posse de Milei

Comparecem diretores e CEOs de multinacionais como Nissan, Pirelli, Renault, Marcopolo, Samsung, JBS e Coteminas, entre outras De olho na possibilidade de recuperação da economia — no médio e longo prazo — com a mudança de governo, 19 grandes empresas com operações no Brasil e na Argentina enviarão representantes de suas filiais brasileiras para a posse do presidente eleito Javier Milei, confirmou ao GLOBO o embaixador argentino em Brasília, Daniel Scioli, que coordenou a visita dos empresários. Os convites foram enviados na última quinta-feira (7) e, de acordo com Scioli, estarão em Buenos Aires neste domingo (10) diretores e CEOs de multinacionais como Nissan, Pirelli, Renault, Marcopolo, Samsung, JBS e Coteminas, entre outras. “Esta presença é uma sinalização muito importante para as relações entre Brasil e Argentina. Mostra a grande expectativa que existe no Brasil pela retomada do crescimento em nosso país”, disse o embaixador, recém-chegado a Buenos Aires. Leia também: Não é só a inflação: inclusão e inovação financeira também desafiam Javier Milei No total, as 19 empresas têm investimentos estimados em US 10 bilhões na Argentina e, segundo Scioli, querem conhecer de perto os planos econômicos do novo governo para planejar novas injeções de capital em suas filiais argentinas. “São empresas que representam, juntas, 50 mil postos de trabalho em nosso país”, acrescentou o embaixador, que foi convidado por Milei para permanecer no posto, e aceitou. O objetivo de Scioli é que os representantes das empresas se reúnam, após a posse, com a futura chanceler argentina, Diana Mondino. A mulher escolhida por Milei para comandar o Ministério das Relações Exteriores é economista, como o presidente eleito, e seu principal foco é ampliar o comércio de produtos argentinos, selar acordos internacionais e atrair investimentos ao país. Nas primeiras conversas que mantiveram a futura chanceler e o embaixador, depois da eleição de Milei, em 19 de novembro, a elaboração de uma política comercial agressiva para ampliar exportações e investimentos estrangeiros no país foi um dos temais principais. A lista de empresas inclui, também, a Marcopolo, General Motors, Iveco, Toyota, CNH Industrial, Volkswagen, Randon, Raizen, Whirlpool, Stellantis, Cencosud e Dass. A presença expressiva de companhias com forte presença no Brasil contrasta com uma delegação oficial que não contará com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Brasil será representando pelo chanceler Mauro Vieira, num gesto que reflete as resistências que ainda existem no governo Lula sobre o novo presidente argentino. A presença em Buenos Aires do ex-presidente Jair Bolsonaro, com um enorme grupo de bolsonaristas, entre eles seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), foi um dos fatores determinantes para que Lula decidisse não estar na posse. A tensão entre o governo brasileiro e o novo governo argentino diminuiu após a visita de Mondino à Brasília, no final de novembro, mas, mesmo assim, a falta de diálogo entre os dois chefes de Estado será um desafio para as chancelarias dos dois países. Os empresários estão apostando no sucesso do plano econômico de Milei, e o Palácio do Planalto, por enquanto, observa de longe os primeiros passos do novo governo de seu principal sócio estratégico na região. Mais Lidas Argentina Getty Images

Delegação de grandes empresários brasileiros estará na posse de Milei

Comparecem diretores e CEOs de multinacionais como Nissan, Pirelli, Renault, Marcopolo, Samsung, JBS e Coteminas, entre outras De olho na possibilidade de recuperação da economia — no médio e longo prazo — com a mudança de governo, 19 grandes empresas com operações no Brasil e na Argentina enviarão representantes de suas filiais brasileiras para a posse do presidente eleito Javier Milei, confirmou ao GLOBO o embaixador argentino em Brasília, Daniel Scioli, que coordenou a visita dos empresários. Os convites foram enviados na última quinta-feira (7) e, de acordo com Scioli, estarão em Buenos Aires neste domingo (10) diretores e CEOs de multinacionais como Nissan, Pirelli, Renault, Marcopolo, Samsung, JBS e Coteminas, entre outras. “Esta presença é uma sinalização muito importante para as relações entre Brasil e Argentina. Mostra a grande expectativa que existe no Brasil pela retomada do crescimento em nosso país”, disse o embaixador, recém-chegado a Buenos Aires. Leia também: Não é só a inflação: inclusão e inovação financeira também desafiam Javier Milei No total, as 19 empresas têm investimentos estimados em US 10 bilhões na Argentina e, segundo Scioli, querem conhecer de perto os planos econômicos do novo governo para planejar novas injeções de capital em suas filiais argentinas. “São empresas que representam, juntas, 50 mil postos de trabalho em nosso país”, acrescentou o embaixador, que foi convidado por Milei para permanecer no posto, e aceitou. O objetivo de Scioli é que os representantes das empresas se reúnam, após a posse, com a futura chanceler argentina, Diana Mondino. A mulher escolhida por Milei para comandar o Ministério das Relações Exteriores é economista, como o presidente eleito, e seu principal foco é ampliar o comércio de produtos argentinos, selar acordos internacionais e atrair investimentos ao país. Nas primeiras conversas que mantiveram a futura chanceler e o embaixador, depois da eleição de Milei, em 19 de novembro, a elaboração de uma política comercial agressiva para ampliar exportações e investimentos estrangeiros no país foi um dos temais principais. A lista de empresas inclui, também, a Marcopolo, General Motors, Iveco, Toyota, CNH Industrial, Volkswagen, Randon, Raizen, Whirlpool, Stellantis, Cencosud e Dass. A presença expressiva de companhias com forte presença no Brasil contrasta com uma delegação oficial que não contará com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Brasil será representando pelo chanceler Mauro Vieira, num gesto que reflete as resistências que ainda existem no governo Lula sobre o novo presidente argentino. A presença em Buenos Aires do ex-presidente Jair Bolsonaro, com um enorme grupo de bolsonaristas, entre eles seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), foi um dos fatores determinantes para que Lula decidisse não estar na posse. A tensão entre o governo brasileiro e o novo governo argentino diminuiu após a visita de Mondino à Brasília, no final de novembro, mas, mesmo assim, a falta de diálogo entre os dois chefes de Estado será um desafio para as chancelarias dos dois países. Os empresários estão apostando no sucesso do plano econômico de Milei, e o Palácio do Planalto, por enquanto, observa de longe os primeiros passos do novo governo de seu principal sócio estratégico na região. Mais Lidas Argentina Getty Images