Após surpresa do BC dos EUA, bancos gringos esperam agora corte de juros no 1º semestre

Barclay´s, Goldman Sachs e Wells Fargo apostavam que os cortes começassem no segundo semestre de 2024, mas agora acreditam que sejam antecipados para os seis primeiros meses do ano que vem Com a continuidade de um cenário de desinflação nos Estados Unidos e declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que alimentaram as expectativas de cortes nos juros, bancos estrangeiros, como Barclay´s, Goldman Sachs e Wells Fargo, anteciparam sua expectativas para o início do ciclo de flexibilização monetária do Fed. Agora, os três bancos, que esperavam que os cortes começassem no segundo semestre de 2024, esperam que eles sejam antecipados para os seis primeiros meses do ano que vem. Veja abaixo os argumentos de cada um: Barclay´s O banco britânico Barclay´s espera agora que o Fed comece a reduzir as taxas em junho, enquanto antes a projeção era de início somente em dezembro de 2024. Em relatório enviado a clientes, os economistas do banco de investimentos apontam que a leitura mais suave do índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA referente a novembro e a falta de resistência de Powell para conter as expectativas de redução nos juros dão apoio à expectativa de início dos cortes nos juros mais cedo. “Ficamos surpresos com a relutância do Fed em reagir à notável flexibilização das condições financeiras ao longo do último mês”, dizem os profissionais, ao notarem, ainda, que Powell não manifestou preocupação de que o afrouxamento das condições financeiras pudesse prejudicar os objetivos do Fed. “Os cortes [nos juros] poderão começar mais cedo se as leituras mensais de inflação continuarem a ser mais suaves do que as nossas previsões. No entanto, colocamos um risco altista na trajetória esperada para os juros, uma vez que a recente flexibilização das condições financeiras pode impulsionar o crescimento e, em última análise, resultar na estagnação do processo de desinflação”, dizem os economistas do banco britânico. Wells Fargo Embora o BC dos EUA, o Federal Reserve (Fed), tenha indicado que o trabalho no combate à inflação ainda não está concluído e que o comitê precisará de mais dados para confirmar o processo de desinflação, a tendência benigna do lado dos preços deve confirmar uma convergência gradual da inflação de volta à meta de 2%, apontam os economistas do Wells Fargo. O banco acredita, em seu cenário básico, que o ciclo de flexibilização monetária do Fed deve ter início em junho de 2024. “Os ‘inclinados ao corte de juros’ venceram”, apontam os economistas Jay Bryson, Sarah House e Michael Pugliesi em nota, sobre a decisão de hoje. “O novo comunicado observou que a inflação ‘diminuiu’ ao longo do ano, embora ainda permaneça elevada. A porta foi deixada entreaberta para um aperto adicional, mas o gráfico de pontos sinaliza que isso não é o cenário base para a maioria dos participantes”, notam os profissionais. O Wells Fargo observa, ainda, que a projeção mediana (valor que separa a metade maior e a metade menor de uma amostra) do gráfico de pontos indica 0,75 ponto porcentual de corte em 2024, seguido de 1 ponto porcentual de redução em 2025. “Uma perspectiva de inflação mais benigna explica o motivo de o ‘gráfico de pontos’ serem revisados para baixo pela primeira vez desde junho 2020”, dizem os profissionais do banco. Para eles, uma mudança para uma postura favorável a cortes de juros pelo Fed é mais provável. Goldman Sachs O tom “dovish” (suave) utilizado pelo Federal Reserve (Fed) na decisão de ontem e o progresso mais rápido na desinflação nos Estados Unidos levaram o Goldman Sachs a antecipar a expectativa de início do ciclo de flexibilização da política monetária. Antes, o banco projetava reduções nas taxas apenas na segunda metade de 2024. Agora, a equipe de economistas comandada por Jan Hatzius espera que o Fed comece a flexibilizar o grau de aperto monetário em março. “Prevemos agora três cortes consecutivos de 25 pontos-base em março, em maio e em junho”, o que levará a taxa dos Fed funds à faixa entre 4,50% e 4,75%, em uma tentativa de o Fed reduzir o nível de aperto das condições monetárias. Após essa primeira etapa, os economistas do Goldman Sachs esperam que o banco central americano efetue reduções de 0,25 ponto percentual por trimestre até levar as taxas ao intervalo de 3,25% a 3,50%, o que ocorrerá somente em 2026. “Estamos bastante incertos quanto ao ritmo, em parte porque dependerá da forma como as condições financeiras responderão aos cortes nos juros”, ressaltam os economistas. Eles notam que as condições financeiras afrouxaram ainda mais ontem, após a decisão do Fed, “e estamos mais confiantes de que a grande flexibilização desde outubro se revelará duradoura, agora que a trajetória de inflação mais baixa torna mais prováveis cortes substanciais nos juros no próximo ano”. Com informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico Initial plugin text Mais Lidas Corte de juros Getty Images

Após surpresa do BC dos EUA, bancos gringos esperam agora corte de juros no 1º semestre

Barclay´s, Goldman Sachs e Wells Fargo apostavam que os cortes começassem no segundo semestre de 2024, mas agora acreditam que sejam antecipados para os seis primeiros meses do ano que vem Com a continuidade de um cenário de desinflação nos Estados Unidos e declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que alimentaram as expectativas de cortes nos juros, bancos estrangeiros, como Barclay´s, Goldman Sachs e Wells Fargo, anteciparam sua expectativas para o início do ciclo de flexibilização monetária do Fed. Agora, os três bancos, que esperavam que os cortes começassem no segundo semestre de 2024, esperam que eles sejam antecipados para os seis primeiros meses do ano que vem. Veja abaixo os argumentos de cada um: Barclay´s O banco britânico Barclay´s espera agora que o Fed comece a reduzir as taxas em junho, enquanto antes a projeção era de início somente em dezembro de 2024. Em relatório enviado a clientes, os economistas do banco de investimentos apontam que a leitura mais suave do índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA referente a novembro e a falta de resistência de Powell para conter as expectativas de redução nos juros dão apoio à expectativa de início dos cortes nos juros mais cedo. “Ficamos surpresos com a relutância do Fed em reagir à notável flexibilização das condições financeiras ao longo do último mês”, dizem os profissionais, ao notarem, ainda, que Powell não manifestou preocupação de que o afrouxamento das condições financeiras pudesse prejudicar os objetivos do Fed. “Os cortes [nos juros] poderão começar mais cedo se as leituras mensais de inflação continuarem a ser mais suaves do que as nossas previsões. No entanto, colocamos um risco altista na trajetória esperada para os juros, uma vez que a recente flexibilização das condições financeiras pode impulsionar o crescimento e, em última análise, resultar na estagnação do processo de desinflação”, dizem os economistas do banco britânico. Wells Fargo Embora o BC dos EUA, o Federal Reserve (Fed), tenha indicado que o trabalho no combate à inflação ainda não está concluído e que o comitê precisará de mais dados para confirmar o processo de desinflação, a tendência benigna do lado dos preços deve confirmar uma convergência gradual da inflação de volta à meta de 2%, apontam os economistas do Wells Fargo. O banco acredita, em seu cenário básico, que o ciclo de flexibilização monetária do Fed deve ter início em junho de 2024. “Os ‘inclinados ao corte de juros’ venceram”, apontam os economistas Jay Bryson, Sarah House e Michael Pugliesi em nota, sobre a decisão de hoje. “O novo comunicado observou que a inflação ‘diminuiu’ ao longo do ano, embora ainda permaneça elevada. A porta foi deixada entreaberta para um aperto adicional, mas o gráfico de pontos sinaliza que isso não é o cenário base para a maioria dos participantes”, notam os profissionais. O Wells Fargo observa, ainda, que a projeção mediana (valor que separa a metade maior e a metade menor de uma amostra) do gráfico de pontos indica 0,75 ponto porcentual de corte em 2024, seguido de 1 ponto porcentual de redução em 2025. “Uma perspectiva de inflação mais benigna explica o motivo de o ‘gráfico de pontos’ serem revisados para baixo pela primeira vez desde junho 2020”, dizem os profissionais do banco. Para eles, uma mudança para uma postura favorável a cortes de juros pelo Fed é mais provável. Goldman Sachs O tom “dovish” (suave) utilizado pelo Federal Reserve (Fed) na decisão de ontem e o progresso mais rápido na desinflação nos Estados Unidos levaram o Goldman Sachs a antecipar a expectativa de início do ciclo de flexibilização da política monetária. Antes, o banco projetava reduções nas taxas apenas na segunda metade de 2024. Agora, a equipe de economistas comandada por Jan Hatzius espera que o Fed comece a flexibilizar o grau de aperto monetário em março. “Prevemos agora três cortes consecutivos de 25 pontos-base em março, em maio e em junho”, o que levará a taxa dos Fed funds à faixa entre 4,50% e 4,75%, em uma tentativa de o Fed reduzir o nível de aperto das condições monetárias. Após essa primeira etapa, os economistas do Goldman Sachs esperam que o banco central americano efetue reduções de 0,25 ponto percentual por trimestre até levar as taxas ao intervalo de 3,25% a 3,50%, o que ocorrerá somente em 2026. “Estamos bastante incertos quanto ao ritmo, em parte porque dependerá da forma como as condições financeiras responderão aos cortes nos juros”, ressaltam os economistas. Eles notam que as condições financeiras afrouxaram ainda mais ontem, após a decisão do Fed, “e estamos mais confiantes de que a grande flexibilização desde outubro se revelará duradoura, agora que a trajetória de inflação mais baixa torna mais prováveis cortes substanciais nos juros no próximo ano”. Com informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico Initial plugin text Mais Lidas Corte de juros Getty Images