Veja as 10 ações do Ibovespa que mais caíram em novembro

Poucas ações 'fizeram a proeza' de cair em um mês de alta de 12% no Ibovespa. E novembro se encerra com um culpado pelas principais baixas do último período: o petróleo Já escuta os sinos? Não falta muito para os jingles de Natal dominarem os corredores de shoppings, lojas de rua e elevadores. Mas na B3 os badalos já soaram, dando início ao rali de fim de ano. Por vezes vacilante, é verdade, mas inegável. Neste mês de novembro, foi um tal de balança mas não cai. Mesmo nos pregões em que o Ibovespa foi abalado por uma pressão baixista, o índice subiu. E toda essa euforia na bolsa brasileira desenhou um quadro inédito em 2023: entre as 10 maiores quedas, algumas altas. Pois é. Não só as perdas nos papéis que compõem a carteira do Ibovespa foram menos expressivas do que em outros meses, como algumas ações entraram “de gaiato nesse navio”. Da oitava posição para baixo, figuram no ranking nomes que fecharam o último período com ganhos. Assim, a relação de novembro virou um retrato não só das ações que mais caíram no mês, mas também das que menos subiram. No mês, o Ibovespa teve sete baixas das 86 ações na carteira atualmente. São aquelas que "fizeram a proeza", nas palavras de Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, de fechar no negativo enquanto o índice acumulou alta de mais de 12%. Mas, assim como de agosto para cá, um setor dominou a lista. Indício de que há mais influência do cenário macroeconômico do que questões de negócios penalizando esses ativos. Em novembro, apanhou mais o setor petroleiro - dando enfim um alívio às varejistas (com exceção de Grupo Pão de Açúcar), que puxaram as baixas do Ibovespa nos últimos três meses consecutivos. O preço de contratos futuros do barril de petróleo Brent, que saiu de US$ 85,02 no fim de outubro para US$ 80,86 hoje, com muita volatilidade nesse meio tempo, pressionaram os papéis do setor. Mesmo a Petrobras, entre as ações com maior liquidez no Ibovespa (atrás apenas de Vale) e que, portanto, sofre menos solavancos que seus pares no mercado brasileiro, teve os ganhos limitados, entre outros motivos, pelo movimento na commodity. Tem à Opep+ que agradecer pelo movimento, cujo adiamento da decisão sobre cortes na produção de petróleo derrubaram o preço da commodity por várias sessões e reduziram a tração de alta do papel. Que dirão, então, as petroleiras juniores (companhias privadas de menor porte), que recheiam a lista deste mês. 3R encerrou novembro com a coroa da maior queda, de 7,58%. No setor, PetroRecôncavo vem na sequência, com perda de 4,53%, seguida por Prio, que desvalorizou 3,71%. As 10 ações que mais caíram (e menos subiram) em novembro Petroleiras juniores As petroleiras acompanharam o movimento do barril do petróleo Brent, que caiu em torno de 5% em dólar no mês e a própria divisa americana sofreu desvalorização nesse período, o que penaliza duplamente as perspectivas para receitas dessas companhias, lembrou Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research. 3R "Para a 3R, petroleira que mais caiu entre as juniores, pesou ainda um relatório do Goldman Sachs com rebaixamento duplo da recomendação que tinham para a ação [de compra para venda], levados pelo argumento de que a empresa não deve atingir as expectativas de produção de analistas", afirmou a analista No relatório, o Goldman Sachs desceu o preço-alvo de R$ 38,50 para R$ 31,10. O valor ainda representa alta de 3,6% sobre a cotação do papel no encerramento do pregão de hoje. Para a Empiricus Research, no entanto, o reajuste das estimativas de produção da 3R já foi incorporado ao preço da ação. "Nossos modelos e projeções já apontam uma produção inclusive abaixo das projeções consenso, então não houve surpresa para nós nesse sentido. O que nos chamou mesmo a atenção no relatório foi a taxa de desconto usada para calcular o preço justo da 3R", disse Larissa. Ela conta que a equipe de analistas do banco americano usam 17% para o custo médio ponderado do capital (percentual do capital da empresa comprometido com o pagamento de credores, que tem como principal função apontar o risco operacional), enquanto a equipe da Empiricus Research adota 15,5%, "que já consideramos uma taxa alta." Outro ponto levantado pelo banco é o foco dos investidores do setor de óleo e gás em nomes com forte geração de caixa, principalmente no curto prazo. "Dentre as petroleiras juniores, a 3R Petroleum deve entregar o menor fluxo de caixa livre em 2024-2025, mesmo sem contar os pagamentos de earn-out [pagamentos adicional em operações do fusões e aquisições correspondente ao desempenho do negócio] remanescentes de aquisições anteriores já concluídas", ponderou . "Temos algumas ressalvas para o setor. Com o Brent caindo, as petroleiras tendem a acompanhar a cotação da commodity. Apesar disso, enxergamos um valor de mercado interessante para 3R, que indica oportunidade de compra do papel", concluiu a analista da Empiricus Research. PetroRecôncavo A PetroRecôncavo, assim como a 3R, teve sua queda relacionada à

Veja as 10 ações do Ibovespa que mais caíram em novembro

Poucas ações 'fizeram a proeza' de cair em um mês de alta de 12% no Ibovespa. E novembro se encerra com um culpado pelas principais baixas do último período: o petróleo Já escuta os sinos? Não falta muito para os jingles de Natal dominarem os corredores de shoppings, lojas de rua e elevadores. Mas na B3 os badalos já soaram, dando início ao rali de fim de ano. Por vezes vacilante, é verdade, mas inegável. Neste mês de novembro, foi um tal de balança mas não cai. Mesmo nos pregões em que o Ibovespa foi abalado por uma pressão baixista, o índice subiu. E toda essa euforia na bolsa brasileira desenhou um quadro inédito em 2023: entre as 10 maiores quedas, algumas altas. Pois é. Não só as perdas nos papéis que compõem a carteira do Ibovespa foram menos expressivas do que em outros meses, como algumas ações entraram “de gaiato nesse navio”. Da oitava posição para baixo, figuram no ranking nomes que fecharam o último período com ganhos. Assim, a relação de novembro virou um retrato não só das ações que mais caíram no mês, mas também das que menos subiram. No mês, o Ibovespa teve sete baixas das 86 ações na carteira atualmente. São aquelas que "fizeram a proeza", nas palavras de Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, de fechar no negativo enquanto o índice acumulou alta de mais de 12%. Mas, assim como de agosto para cá, um setor dominou a lista. Indício de que há mais influência do cenário macroeconômico do que questões de negócios penalizando esses ativos. Em novembro, apanhou mais o setor petroleiro - dando enfim um alívio às varejistas (com exceção de Grupo Pão de Açúcar), que puxaram as baixas do Ibovespa nos últimos três meses consecutivos. O preço de contratos futuros do barril de petróleo Brent, que saiu de US$ 85,02 no fim de outubro para US$ 80,86 hoje, com muita volatilidade nesse meio tempo, pressionaram os papéis do setor. Mesmo a Petrobras, entre as ações com maior liquidez no Ibovespa (atrás apenas de Vale) e que, portanto, sofre menos solavancos que seus pares no mercado brasileiro, teve os ganhos limitados, entre outros motivos, pelo movimento na commodity. Tem à Opep+ que agradecer pelo movimento, cujo adiamento da decisão sobre cortes na produção de petróleo derrubaram o preço da commodity por várias sessões e reduziram a tração de alta do papel. Que dirão, então, as petroleiras juniores (companhias privadas de menor porte), que recheiam a lista deste mês. 3R encerrou novembro com a coroa da maior queda, de 7,58%. No setor, PetroRecôncavo vem na sequência, com perda de 4,53%, seguida por Prio, que desvalorizou 3,71%. As 10 ações que mais caíram (e menos subiram) em novembro Petroleiras juniores As petroleiras acompanharam o movimento do barril do petróleo Brent, que caiu em torno de 5% em dólar no mês e a própria divisa americana sofreu desvalorização nesse período, o que penaliza duplamente as perspectivas para receitas dessas companhias, lembrou Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research. 3R "Para a 3R, petroleira que mais caiu entre as juniores, pesou ainda um relatório do Goldman Sachs com rebaixamento duplo da recomendação que tinham para a ação [de compra para venda], levados pelo argumento de que a empresa não deve atingir as expectativas de produção de analistas", afirmou a analista No relatório, o Goldman Sachs desceu o preço-alvo de R$ 38,50 para R$ 31,10. O valor ainda representa alta de 3,6% sobre a cotação do papel no encerramento do pregão de hoje. Para a Empiricus Research, no entanto, o reajuste das estimativas de produção da 3R já foi incorporado ao preço da ação. "Nossos modelos e projeções já apontam uma produção inclusive abaixo das projeções consenso, então não houve surpresa para nós nesse sentido. O que nos chamou mesmo a atenção no relatório foi a taxa de desconto usada para calcular o preço justo da 3R", disse Larissa. Ela conta que a equipe de analistas do banco americano usam 17% para o custo médio ponderado do capital (percentual do capital da empresa comprometido com o pagamento de credores, que tem como principal função apontar o risco operacional), enquanto a equipe da Empiricus Research adota 15,5%, "que já consideramos uma taxa alta." Outro ponto levantado pelo banco é o foco dos investidores do setor de óleo e gás em nomes com forte geração de caixa, principalmente no curto prazo. "Dentre as petroleiras juniores, a 3R Petroleum deve entregar o menor fluxo de caixa livre em 2024-2025, mesmo sem contar os pagamentos de earn-out [pagamentos adicional em operações do fusões e aquisições correspondente ao desempenho do negócio] remanescentes de aquisições anteriores já concluídas", ponderou . "Temos algumas ressalvas para o setor. Com o Brent caindo, as petroleiras tendem a acompanhar a cotação da commodity. Apesar disso, enxergamos um valor de mercado interessante para 3R, que indica oportunidade de compra do papel", concluiu a analista da Empiricus Research. PetroRecôncavo A PetroRecôncavo, assim como a 3R, teve sua queda relacionada às incertezas sobre o futuro do mercado de petróleo. Apenas pelo cenário externo, no entanto, a companhia poderia ter caído mais, assim como sua par. "Em meio à turbulência, a companhia anunciou o nome de José Maria de Mello Firmo como novo CEO, substituindo Marcelo Campos Magalhães, que renunciou à função para dedicar mais tempo a assuntos pessoais", lembrou Lima, da Ouro Preto Investimentos. Segundo o analista, o nome de José Maria é bem visto pelos acionistas e que, para muitos, pode ajudar a resolver parte das preocupações com a empresa, como a certificação do último relatório de reservas e a estratégia de alocação de capital, "que era considerada excessivamente conservadora, atrapalhando o posicionamento da empresa para alcançar crescimento na indústria." Após a divulgação do novo CEO, as ações da PetroRecôncavo subiram mais de 5%, embora acumulem mais perdas no mês. Prio No caso da Prio, a queda do papel está relacionada exclusivamente à volatilidade do petróleo no mês e às incertezas à espera pela reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+). Assim, a ação não ganhou destaque entre as maiores perdas e fechou novembro em queda mais módica. Cemig Para Enrico Cozzolino, sócio e chefe de análise da Levante, o caso Cemig em novembro representa o cenário para a bolsa brasileira neste momento. "E essas quedas em um mês de alta expressiva do índice, apesar de serem empresas bastante descontadas, representam onde está o risco na bolsa hoje: ingerência política". A possibilidade de federalização da companhia afugentou acionistas. "Em resumo, a federalização é a transferência das empresas hoje controladas pelo governo de Minas Gerais para o governo federal. O governo mineiro possui 51% das ações ordinárias (com direito a voto) da Cemig", explicou o analista da Ouro Preto Investimentos. "É uma notícia negativa para a Cemig, pois atrapalha os planos de privatização, que deveriam destravar valor para a companhia”, afirmou Ruy Hungria, analista da Empiricus Research. Ele pondera que a empresa vem passando por melhorias operacionais na atual gestão, mas a federalização abre espaço para mudança no corpo executivo, “e uma gestão menos focada em eficiência”, acrescentou. "Isso frustrou acionistas que pareciam estar posicionados no papel na expectativa de uma privatização, como vinha sendo perseguido até então pelo Governador Zema", disse Thomas Newlands, analista de renda variável da Asa Investments. A Empiricus Research entende que há um risco de piora relevante dos resultados caso a companhia passe para o controle do governo federal, como estuda o Estado de Minas Gerais. Até que haja definição, por ora, a casa de análise mantém recomendação neutra para o papel. "Se as hipóteses levantadas neste mês se concretizarem, trarão um prêmio de risco bem elevado para o papel. E o que aconteceu em Cemig não é descartado do risco de outros papéis em situação semelhante", disse Cozzolino. São Martinho São Martinho começou o mês em queda após reportar resultados operacionais mais fracos em relação ao segundo trimestre, dada a baixa de 2,6% na produção de outubro, "o que ocasionou até o dia 13/11 uma queda de mais de 9% do ativo", lembrou Lima, da Ouro Preto Investimentos. No decorrer do mês, a empresa reportou fatos relevantes que fizeram com que o ativo recuperasse parte da queda, como o anúncio do contrato com a Compass para comercialização de biometano. O papel acabou se recuperando depois de apresentar o balanço do terceiro trimestre, "com um lucro de R$ 418 milhões, o dobro da estimativa de R$ 215 milhões em relação à safra 2023/24", disse o analista. Mesmo assim, não foi suficiente para compensar a queda inicial em novembro. Initial plugin text Mais Lidas Subida e queda Getty Images