Para Bill Ackman, economia dos EUA corre risco de ter um 'pouso forçado'

Para investidor bilionário e fundador da gestora Pershing Square, corte de juros antes do esperado pelo mercado poderia evitar crise A aposta cega numa queda antecipada de juros nos Estados Unidos não combina com a nova demonstração de força da maior das economias dada hoje. Na segunda prévia, o avanço do PIB americano no terceiro trimestre foi de 5,2%. Acima de já vistosos 4,9% esperados. Com esses números, parece improvável o custo de vida americano esfriar o necessário para juros caírem rapidamente. A realidade, portanto, cedo ou tarde deve bater à porta do mercado financeiro. No maior dos estrondos, os juros caem nos primeiros meses de 2024, mas trazendo como remédio ainda mais juros do que aqueles que foram evitados, escreve o repórter Gustavo Ferreira na edição de hoje newsletter Saldo do Dia (se você não assina ainda, inscreva-se no link abaixo) Newsletter Valor investe Mesmo sabendo disso, o investidor bilionário Bill Ackman espera que a Federal Reserve (Fed, o banco central americano) reduza as taxas já no primeiro trimestre do próximo ano. Em sua avaliação, o Fed precisa cortar as taxas de juros em breve para evitar uma desaceleração acentuada na economia dos EUA, disse o investidor bilionário em entrevista à Bloomberg. O fundador do fundo de hedge Pershing Square, com US$ 16 bilhões em ativos sob gestão, vê riscos "de uma aterrissagem brusca" se o corte das taxas não começar logo. O Fed aumentou as taxas de juros 11 vezes desde março de 2022, num esforço para arrefecer a inflação crescente. A inflação atingiu um aumento de 3,2% em outubro, em comparação com outubro de 2022. Isso ainda está acima da meta de inflação de 2% do Fed. A taxa alvo da taxa de fundos do Fed está agora na faixa de 5,25% a 5,5%, o que é “muito alta” quando a inflação tende abaixo de 3%, disse Ackman. “O que está acontecendo é que a taxa de juro real, que é o que impacta a economia, continua a aumentar à medida que a inflação diminui”, acrescentou Ackman. Taxas de juros mais altas amortecem os gastos e controlam os aumentos de preços. Também restringem o investimento empresarial, o que, por sua vez, desacelera a economia. Embora isto seja desejável numa economia que está muito aquecida, como é o caso americano, existem preocupações quanto à possibilidade de abrandar demais os juros, num contexto de incertezas macroeconómicas, incluindo as consequências da guerra entre Israel e o Hamas e a debilidade da economia da China. "Houve um enorme subsídio em termos de taxas de juro baixas, e a maioria das empresas fixa as suas taxas ou a sua dívida a taxas muito baixas, e certamente os investidores imobiliários fizeram o mesmo", disse Ackman, referindo-se às taxas de juro muito mais baixas antes da decisão do Fed. "Isso funciona até que não funcione mais." ​ Initial plugin text Mais Lidas Bill Ackman, da Pershing Square Wikimedia Commons

Para Bill Ackman, economia dos EUA corre risco de ter um 'pouso forçado'

Para investidor bilionário e fundador da gestora Pershing Square, corte de juros antes do esperado pelo mercado poderia evitar crise A aposta cega numa queda antecipada de juros nos Estados Unidos não combina com a nova demonstração de força da maior das economias dada hoje. Na segunda prévia, o avanço do PIB americano no terceiro trimestre foi de 5,2%. Acima de já vistosos 4,9% esperados. Com esses números, parece improvável o custo de vida americano esfriar o necessário para juros caírem rapidamente. A realidade, portanto, cedo ou tarde deve bater à porta do mercado financeiro. No maior dos estrondos, os juros caem nos primeiros meses de 2024, mas trazendo como remédio ainda mais juros do que aqueles que foram evitados, escreve o repórter Gustavo Ferreira na edição de hoje newsletter Saldo do Dia (se você não assina ainda, inscreva-se no link abaixo) Newsletter Valor investe Mesmo sabendo disso, o investidor bilionário Bill Ackman espera que a Federal Reserve (Fed, o banco central americano) reduza as taxas já no primeiro trimestre do próximo ano. Em sua avaliação, o Fed precisa cortar as taxas de juros em breve para evitar uma desaceleração acentuada na economia dos EUA, disse o investidor bilionário em entrevista à Bloomberg. O fundador do fundo de hedge Pershing Square, com US$ 16 bilhões em ativos sob gestão, vê riscos "de uma aterrissagem brusca" se o corte das taxas não começar logo. O Fed aumentou as taxas de juros 11 vezes desde março de 2022, num esforço para arrefecer a inflação crescente. A inflação atingiu um aumento de 3,2% em outubro, em comparação com outubro de 2022. Isso ainda está acima da meta de inflação de 2% do Fed. A taxa alvo da taxa de fundos do Fed está agora na faixa de 5,25% a 5,5%, o que é “muito alta” quando a inflação tende abaixo de 3%, disse Ackman. “O que está acontecendo é que a taxa de juro real, que é o que impacta a economia, continua a aumentar à medida que a inflação diminui”, acrescentou Ackman. Taxas de juros mais altas amortecem os gastos e controlam os aumentos de preços. Também restringem o investimento empresarial, o que, por sua vez, desacelera a economia. Embora isto seja desejável numa economia que está muito aquecida, como é o caso americano, existem preocupações quanto à possibilidade de abrandar demais os juros, num contexto de incertezas macroeconómicas, incluindo as consequências da guerra entre Israel e o Hamas e a debilidade da economia da China. "Houve um enorme subsídio em termos de taxas de juro baixas, e a maioria das empresas fixa as suas taxas ou a sua dívida a taxas muito baixas, e certamente os investidores imobiliários fizeram o mesmo", disse Ackman, referindo-se às taxas de juro muito mais baixas antes da decisão do Fed. "Isso funciona até que não funcione mais." ​ Initial plugin text Mais Lidas Bill Ackman, da Pershing Square Wikimedia Commons