Metalúrgicos da GM aprovam Programa de Demissão Voluntária

Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região (SP) disse esperar que 830 funcionários entrem no projeto

Metalúrgicos da GM aprovam Programa de Demissão Voluntária

Os metalúrgicos da fábrica da GM (General Motors) de São José dos Campos (SP) aprovaram a abertura de um PDV (Programa de Demissão Voluntária). A decisão foi tomada em assembleia realizada nesta 6ª feira (1º.dez.2023) para avaliar a proposta, resultado de uma rodada de negociações com o SindmetalSJC (Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região).

O programa é aberto a todos que operam regularmente na fábrica ou que estejam em licença remunerada. A meta é que 830 trabalhadores entrem no projeto. Os funcionários têm de 5 a 12 de dezembro para aderir ao PDV. Aqueles que não aderirem, terão estabilidade no emprego até 3 de maio de 2024.

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A proposta da empresa estabelece que os trabalhadores com 1 a 6 anos de fábrica recebam 6 meses de salário, adicional de R$ 15.000 e plano médico por 3 meses ou R$ 6 mil. Aqueles com 7 anos ou mais de fábrica receberão 5 meses de salário, 1 carro Onix Hatch LS ou R$ 85.000 e plano médico por 6 meses ou R$ 12 mil.

Para cada trabalhador ativo que aderir haverá o retorno de outro trabalhador que esteja em licença remunerada. De acordo com a proposta, os dias parados durante a greve devem ser compensados em 50% até 30 de junho de 2024, segundo a necessidade de produção. A fábrica de São José dos Campos tem cerca de 4.000 trabalhadores e produz os modelos S10 e Trailblazer.

O PDV é uma alternativa às demissões feitas em outubro pela GM e que foram canceladas pelo TRT-15 (Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região) e pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), em decisão em 31 de outubro.

Na ocasião, a Justiça determinou, em caráter liminar, a reintegração de 839 trabalhadores da fábrica, sob pena de multa diária de R$ 1.000 por trabalhador dispensado ou não reintegrado.

As demissões foram feitas em 21 de outubro, também nas fábricas da montadora em São Caetano do Sul (SP) e em Mogi das Cruzes (SP). Em protesto, os empregados entraram em greve por 17 dias até que todos voltassem aos postos.

A paralisação só foi suspensa depois do cancelamento das demissões e o pagamento dos dias parados. Segundo o sindicato, a GM demitiu 1.245 funcionários nas plantas paulistas, sendo 839 em São José dos Campos, 300 em São Caetano e 105 em Mogi das Cruzes.

De acordo com o secretário-geral do SindmetalSJC, Renato Almeida, a entidade é “contra qualquer fechamento de postos de trabalho”, mas afirmou que o PDV já era discutido pelo sindicato.

“O PDV já era uma pauta nossa, como alternativa às demissões arbitrárias que chegaram a ser feitas pela GM. O PDV, entretanto, não coloca um ponto final na luta em defesa dos empregos”, disse.

Renato Almeida afirmou que o sindicato seguirá “atento a qualquer movimentação da empresa no sentido de realizar novos cortes”.

“Combatemos de forma permanente toda medida que seja prejudicial aos trabalhadores”, disse.

DEMISSÕES

Ao anunciar as demissões, a montadora justificou que “a queda nas vendas e nas exportações” teriam levado a empresa a “adequar seu quadro de empregados”.

Em comunicado, a GM afirmou que a medida foi tomada depois de várias tentativas de lay-off  (suspensão temporária do contrato de trabalho), férias coletivas, days-off  (dias de folga) e proposta de desligamento voluntário.

“Entendemos o impacto que essa decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro”, disse a GM em outubro.


Com informações da Agência Brasil