Barril do petróleo fecha abaixo de US$ 80, e acumula queda de quase 2% na semana
Mercado repercutiu corte de produção aquém do esperado para manter patamar de preços O petróleo apagou todo o ganho acumulado no restante da semana ao fechar em queda de mais de 2% pela segunda sessão consecutiva, ainda sob efeito da reunião de ontem (30) da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para janeiro recuou 2,49%, a US$ 74,07, enquanto o do Brent - referência global - para fevereiro cedeu 2,45%, a US$ 78,88. Na semana, as perdas acumuladas foram de 1,95% e 1,99%, respectivamente. Com o foco ainda no resultado decepcionante da reunião da Opep+, nem o enfraquecimento do dólar após um discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, foi suficiente para apoiar a commodity energética. Ontem, o grupo de nações petrolíferas decidiu aumentar em 1 milhão de barris por dia (bpd) os seus cortes de oferta, que atualmente somam 5 milhões de bpd, a partir de janeiro. No entanto, o acordo veio somente por meio de reduções voluntárias de produção - ao invés de um acordo conjunto entre os membros da Opep+ - o que incitou desconfiança entre investidores. “Uma preocupação para o mercado é o fato de que esses cortes anunciados foram voluntários, e não cortes amplos da Opep+. Esses cortes voluntários sugerem que está ficando difícil para os membros chegarem a um acordo sobre os cortes. Portanto, se for necessária uma ação adicional no futuro, será cada vez mais difícil para o grupo responder”, pontua Warren Patterson, estrategista-chefe de commodities do banco holandês ING. Para ele, caso os novos cortes sejam de fato aplicados, a decisão de ontem da Opep+ exclui a possibilidade de um superávit de oferta de petróleo no primeiro trimestre de 2024. “Isso sugere que há algum risco de alta à nossa previsão atual para o Brent no primeiro trimestre, de US$ 82 por barril, e para o ano inteiro de 2024, de US$ 88 por barril. No entanto, isso dependerá em grande parte de como a Opep+ vai desfazer esses cortes e, obviamente, de como a demanda se comportará no próximo ano”, admite o estrategista. Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico. Initial plugin text Mais Lidas Getty Images
Mercado repercutiu corte de produção aquém do esperado para manter patamar de preços O petróleo apagou todo o ganho acumulado no restante da semana ao fechar em queda de mais de 2% pela segunda sessão consecutiva, ainda sob efeito da reunião de ontem (30) da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para janeiro recuou 2,49%, a US$ 74,07, enquanto o do Brent - referência global - para fevereiro cedeu 2,45%, a US$ 78,88. Na semana, as perdas acumuladas foram de 1,95% e 1,99%, respectivamente. Com o foco ainda no resultado decepcionante da reunião da Opep+, nem o enfraquecimento do dólar após um discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, foi suficiente para apoiar a commodity energética. Ontem, o grupo de nações petrolíferas decidiu aumentar em 1 milhão de barris por dia (bpd) os seus cortes de oferta, que atualmente somam 5 milhões de bpd, a partir de janeiro. No entanto, o acordo veio somente por meio de reduções voluntárias de produção - ao invés de um acordo conjunto entre os membros da Opep+ - o que incitou desconfiança entre investidores. “Uma preocupação para o mercado é o fato de que esses cortes anunciados foram voluntários, e não cortes amplos da Opep+. Esses cortes voluntários sugerem que está ficando difícil para os membros chegarem a um acordo sobre os cortes. Portanto, se for necessária uma ação adicional no futuro, será cada vez mais difícil para o grupo responder”, pontua Warren Patterson, estrategista-chefe de commodities do banco holandês ING. Para ele, caso os novos cortes sejam de fato aplicados, a decisão de ontem da Opep+ exclui a possibilidade de um superávit de oferta de petróleo no primeiro trimestre de 2024. “Isso sugere que há algum risco de alta à nossa previsão atual para o Brent no primeiro trimestre, de US$ 82 por barril, e para o ano inteiro de 2024, de US$ 88 por barril. No entanto, isso dependerá em grande parte de como a Opep+ vai desfazer esses cortes e, obviamente, de como a demanda se comportará no próximo ano”, admite o estrategista. Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico. Initial plugin text Mais Lidas Getty Images